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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Inicio Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial #16. Leucoplasia: caso clínico
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 32-33 (diciembre 2015)
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#16. Leucoplasia: caso clínico
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Sílvia Cabral*, Rui Mendes
Universidade Católica Portuguesa
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Introdução: A leucoplasia oral é das enfermidades com maior potencial de malignização que afeta o epitélio oral. A evolução clínica deste tipo de lesão é de certa forma indefinida, sofrendo alterações patológicas que variam de hiperplasia até displasia no sentido da malignização da lesão, sendo determinada pela acumulação de uma série de eventos genéticos e epigenéticos. Ainda assim, apesar de ter sido definida pela OMS como «uma mancha ou placa branca, não removível à raspagem e que não pode ser classificada clínica ou patologicamente como outra enfermidade», existem fatores predisponentes clinicopatológicos e moleculares fiáveis de possível evolução para a malignização.

Descrição do caso clínico: Homem, 43 anos de idade, com historial de alcoolismo e atual fumador pesado (cerca de 40 cigarros/dia), foi encaminhado à consulta de medicina oral da Universidade Católica Portuguesa pelo seu dentista, com a queixa de uma lesão branca junto à base da língua. Considerando a apresentação clínica e os fatores de risco associados, foi realizada uma biópsia, confirmando o diagnóstico de leucoplasia.

Discussão e conclusão: A mancha, de tamanho considerável, apresentava características típicas de leucoplasia; sabe‐se que este tipo de lesão ocorre mais na meia‐idade e em pacientes do sexo masculino. O caso chama especial atenção devido à localização, visto que casos localizados na língua, vermelhão dos lábios e pavimento oral, mais de 90% exibem displasia ou carcinoma; e aos fatores de risco do paciente, já que existe uma forte correlação entre leucoplasia e consumo de tabaco, presente em 80% dos casos. Após 3 meses da biópsia, o controlo mostrou diminuição considerável de tamanho e, por esta altura, o paciente tinha reduzido para metade o número de cigarros por dia. Aos 4 meses, a lesão tinha estabilizado; foi prescrito isotrexin que resultou, após uma semana, no desaparecimento quase completo da lesão. Novo controlo foi realizado passados 3 meses, com uma regressão para o estádio inicial da lesão, com o paciente a admitir o regresso aos velhos hábitos tabágicos. No último controlo, realizado 8 meses após a biópsia, a lesão apresentava‐se de novo com tamanho considerável, zonas eritmatosas na periferia e zonas verrucosas. Apesar dos fatores negativos presentes, o estudo anatomopatológico comprovou a ausência de sinais de displasia. O caso continua sob observação e controlo regular, devido ao seu grande potencial de malignização e aos hábitos do paciente.

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