Introdução: Uma paciente do sexo feminino, com 52 anos, compareceu na consulta da Especialização em Reabilitação Oral da FMDUP com o objetivo de efetuar uma reabilitação oral do seu maxilar superior.
Caso Clínico: Da história e do exame clínico realçam-se os seguintes dados: presença de quatro implantes no maxilar superior desdentado total (nas zonas do 15, 17, 24 e 26), reabilitado com uma prótese total acrílica provisória; presença de uma prótese parcial removível esquelética inferior, numa desdentação parcial tipo classe I de Kennedy (ausência de 46-48 e 36-38). Realizou-se a avaliação extra e intraoral, e impressões preliminares para obtenção de modelos de estudo de forma a avaliar o tipo de reabilitação protética a efetuar. Face à localização e posição dos implantes, e ao espaço protético disponível, o plano de tratamento para a reabilitação superior foi o seguinte: sobredentadura superior com duas ‘mini-barras’ com extensão para mesial com encaixes tipo locator, de forma a diminuir a extensão da área da prótese não suportada pelas barras. Pretende-se com este tipo de reabilitação proporcionar ao paciente uma solução protética com uma retenção elevada, com opção de ser removível para higienização e manutenção da prótese.
Discussão e conclusões: O uso de barras é uma opção clínica comprovada na reabilitação protética com sobredentaduras, conferindo não apenas retenção e estabilidade, mas também algum suporte à prótese. Nos casos em que o posicionamento dos implantes não é favorável, a colocação deste tipo de barras com extensões mesiais, na qual se adicionam elementos auxiliares de retenção tipo locators, permite uma distribuição biomecanicamente mais favorável do suporte e das zonas retentivas, diminuindo o braço de rotação antero-posterior da sobredentadura. As sobredentaduras fazem parte de um conjunto de opções de reabilitação protética da cavidade oral, cujos resultados ao nível da função e da estética são bastante favoráveis, permitindo uma clara melhoria da qualidade de vida dos pacientes.