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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Inicio Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial C-11. Carcinoma ex-adenoma pleomórfico - a propósito de um caso clínico
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Vol. 54. Núm. S1.
Páginas e44 (octubre 2013)
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C-11. Carcinoma ex-adenoma pleomórfico - a propósito de um caso clínico
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Lia Jorge
, Mário Gouveia, Júlio Rodrigues, André Santos Luís
Hospital de Braga
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Introdução: O carcinoma ex-adenoma pleomórfico (CEAP) representa uma transformação maligna dentro de uma lesão benigna prévia, o adenoma pleomórfico (AP). O AP representa cerca de 33 a 43% dos tumores que afectam as glândulas salivares minor. O CEAP insere-se na categoria de tumores malignos mistos, representando 2 a 6% dos tumores que afectam as glândulas salivares. Cerca de 20% dos CEAP afectam as glândulas salivares minor, sendo o palato a localização mais comum. O AP apresenta-se, habitualmente, como um aumento de volume firme, indolor e de crescimento lento. No palato, habitualmente, encontra-se na região látero-posterior, com formato arredondado, superfície lisa (ulceração secundária a traumatismo pode ocorrer). Na maioria dos casos, a evolução maligna destes tumores ocorre de forma silenciosa, apenas com aumento indolor de volume.

Caso clínico: Doente de sexo masculino, 52anos de idade, sem antecedentes de relevo. Encaminhado para a consulta de Estomatologia por crescimento progressivo de lesão úlcero-vegetante do palato, com diagnóstico histológico de AP do palato desde há 2 anos. Nova biópsia corroborou histologia anterior, porém decisão de excisão radical cirúrgica revelou CEAP, com todas as margens cirúrgicas intersectadas e no estadio pT4NxM0R2. Após orientação para consulta de grupo cabeça-pescoço, decisão de tratamento de quimio e radioterapia com intuito radical.

Discussão e conclusões: O CEAP exibe uma aparência microscópica variável, com áreas típicas de AP e áreas de degeneração maligna do componente epitelial, caracterizada por pleomorfismo celular e atividade mitótica anormal. O risco de transformação maligna de um AP é de cerca de 5%. O AP apresenta pico de incidência entre os 30 e os 60 anos e o tratamento de eleição, no caso das lesões do palato, é a excisão cirúrgica sub-perióstea, incluindo mucosa subjacente. Nestes casos, a taxa de cura ronda os 95% e o risco de recidiva é baixo. A média de idades dos pacientes com CEAP é cerca de 15 anos superior à média dos AP e isso deve, por si só, ser um factor de alerta para eventual follow up histológico. Por outro lado, a noção de um follow up baseado num padrão histológico variável deve também alertar para a necessidade de implementação do tratamento de eleição (excisão radical), o que não aconteceu neste caso. O CEAP deverá ser abordado com excisão cirúrgica ampla, eventualmente em conjunto com esvaziamento cervical, quimio e radioterapia. O seu prognóstico é reservado.

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