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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 54. Núm. S1.
Páginas e54-e55 (octubre 2013)
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Vol. 54. Núm. S1.
Páginas e54-e55 (octubre 2013)
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C-34. Fenda Orofacial: A propósito de um caso clínico de Cromossomopatia 47,xyy
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Diana Bastos Aires
, Liliana Dias, Daniela Soares, Maria Rosa Couto, Otília Pereira Lopes
Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP)
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Introdução: As fendas orofaciais resultam de alterações aquando da fusão dos processos nasais da proeminência frontal com o processo maxilar. De acordo com as suas características anatómicas, genéticas e embriológicas, podem ser classificadas em fendas labiais, uni ou bilaterais, e em fendas lábio-palatinas. Podem ainda ser categorizadas como uma alteração isolada ou associada a uma síndrome. Estas fendas constituem um grupo de anomalias congénitas importantes, pois apresentam morbilidade significativa e etiologia complexa. Representam a malformação congénita mais frequente na região da cabeça e pescoço, com uma prevalência de 1:700 nascimentos em todo o mundo.

Caso clínico: Este trabalho descreve o caso de um jovem do sexo masculino de 13 anos de idade, com cromossomopatia 47,XYY. A história clínica revelou alterações do desenvolvimento intelectual e do comportamento, défice de atenção e hiperatividade. Ao exame físico observou-se uma alteração anatómica no rebordo alveolar na região dos incisivos centrais e no 1/3 anterior do palato duro, compatível com o diagnóstico de fenda orofacial. O exame clínico permitiu observar inflamação gengival e perda de inserção e osso alveolar na região ântero-superior; e o exame radiográfico perda óssea extensa nos incisivos.

Discussão e conclusões: O caso clínico descrito apresenta características compatíveis com o diagnóstico de fenda orofacial localizada transversalmente ao foramen incisivo, em posição mediana. O plano de tratamento inclui a intervenção de várias áreas da medicina dentária: a medicina dentária preventiva, a periodontologia, a dentisteria, a cirurgia e a ortodontia. Numa fase inicial, o controlo e a adoção de bons hábitos de higiene oral são fundamentais para instituir os tratamentos curativos. A avaliação periodontal permitiu verificar que a inflamação gengival se estendia a outros pontos das arcadas dentárias, além da zona da fenda. Após controlo da doença periodontal, estabelece-se o tratamento ortodôntico, com o objetivo de alinhar a dentição e abrir espaços para erupção dos caninos inclusos – tração ortodôntica. A etiologia das fendas permanece desconhecida, tendo sido propostas associações entre fatores genéticos e ambientais. A sua prevalência significativa, e o fato de causar alterações orofaciais importantes, justifica que esta malformação deva ser estudada pelo médico dentista, que deve estar atento às suas complicações orais, para estabelecer um plano de tratamento atempado e adequado.

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