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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Inicio Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial C-39. Anodontia infantil na displasia ectodérmica: caso clínico
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Vol. 54. Núm. S1.
Páginas e56-e57 (octubre 2013)
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C-39. Anodontia infantil na displasia ectodérmica: caso clínico
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João Carlos Ramos, Ana Luísa Costa
, Joana Leonor Pereira, Pedro Nicolau, Moisés Rocha, Márcio da Fonseca
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC-MD)
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Introdução: A displasia ectodérmica (DE) abrange um complexo grupo de doenças congénitas caracterizadas pela aplasia ou displasia de estruturas de origem ectodérmica e, ocasionalmente, dos tecidos derivados da mesoderme, numa prevalência de 1:10.000 a 1:100.000. A DE hipohidrótica constitui o tipo mais comum, expressando uma tríade clínica clássica: anomalias dentárias de número (oligodontia, hipodontia ou anodontia) ou forma, alterações das glândulas sudoríparas (hipohidrose ou anidrose) e pelos escassos e finos (alopécia ou hipotricose). Tradicionalmente, a reabilitação oral destas crianças tem envolvido a confecção seriada de próteses removíveis totais ou parciais durante os anos de crescimento e uma posterior reabilitação fixa.

Caso clínico: Menina de 4 anos com DE hipohidrótica, anodontia da dentição temporária e apenas um gérmen dentário atípico no maxilar superior. Além de várias manifestações sistémicas associados à patologia genética em causa, em virtude do edentulismo total bimaxilar a criança apresentava rebordos muito atróficos por ausência de osso alveolar e osso basal reduzido, nomeadamente no maxilar superior. A imagiologia confirmou a ausência de gérmens dos dentes definitivos, perspetivando também uma anodontia da dentição definitiva. O tratamento consistiu na exérese cirúrgica do gérmen dentário atípico retido e execução de duas prótese totais removíveis com bases moles.

Discussão e Conclusões: Apesar das dificuldades inerentes relacionadas com a atrofia bimaxilar, total ausência de experiência de mastigação e deglutição adequadas, maus hábitos fonéticos e idade muito reduzida, foi possível a reabilitação funcional e estética criando uma situação morfológica e fisiológica que a criança nunca havia experimentado. Atualmente, não existindo consenso relativamente à idade ideal para o início da reabilitação destas situações, é amplamente aceite que o seu planeamento precoce é extremamente benéfico atendendo a aspectos psicológicos, sociais, fisiológicos e funcionais. Contudo, a colocação precoce de próteses em crianças com DE está associada a uma importante necessidade de ajustes periódicos devido a alterações ósseas decorrentes do crescimento, bem como a diversas dificuldades na obtenção de uma boa retenção e estabilidade. A colocação ponderada de implantes em idade, locais e posições muito específicas pode vir a constituir uma alternativa útil para os casos mais complexos de anodontia.

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