covid
Buscar en
Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
Toda la web
Inicio Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial Comentários sobre: Santos NR, Cabo I, Almeida F, Castro S, Ponces MJ, Lopes JD....
Información de la revista
Vol. 56. Núm. 2.
Páginas 77-78 (abril - junio 2015)
Compartir
Compartir
Descargar PDF
Más opciones de artículo
Vol. 56. Núm. 2.
Páginas 77-78 (abril - junio 2015)
Carta ao Editor
Open Access
Comentários sobre: Santos NR, Cabo I, Almeida F, Castro S, Ponces MJ, Lopes JD. Aplicação do índice de necessidade de tratamento ortodôntico numa população ortodôntica portuguesa. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac. 2014;55(3):159‐66
Comments regarding: Santos NR, Cabo I, Almeida F, Castro S, Ponces MJ, Lopes JD. Aplicação do índice de necessidade de tratamento ortodôntico numa população ortodôntica portuguesa. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac. 2014;55(3):159‐66
Visitas
3337
César Mexia de Almeida
Professor catedrático reformado de Medicina Dentária Preventiva e Comunitária da FMDUL, Portugal
Contenido relacionado
Nuno Ribeiro Santos, Ivan Cabo, Fabiana Almeida, Saúl Castro, Maria João Ponces, Jorge Dias Lopes
Este artículo ha recibido

Under a Creative Commons license
Información del artículo
Texto completo
Bibliografía
Descargar PDF
Estadísticas
Texto completo

Lisboa, 20 de novembro de 2014

Exmo. Editor:

No último número da Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial publicaram Nuno Ribeiro Santos et al. o interessante artigo «Aplicação do índice de necessidades de tratamento ortodôntico numa população ortodôntica portuguesa».

Dado que afirmam que nesta área há «escassez de estudos populacionais em Portugal» e não é feita qualquer referência a estudos anteriores, decidi procurar dar uma contribuição de natureza meramente bibliográfica sobre trabalhos historicamente mais antigos e que acompanham o início da construção da ortodontia portuguesa contemporânea.

Estou a referir‐me a trabalhos efetuados até à década de 90, dedicados parcial ou exclusivamente ao âmbito das anomalias dento‐faciais, evidentemente com critérios diagnósticos distintos dos atuais e com âmbitos e dimensões também muito distintos entre si, mas que, admito, não devem ser ignorados, apesar disso.

Em primeiro lugar refiro os 3 estudos em que participei com outros autores, nomeadamente o Prof. Manuel Clarimundo Emílio, que orientou o primeiro entre aqueles estudos. Nele colaboraram também o então responsável da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela área da saúde oral, Ingolf Möller, que fez a calibragem dos observadores, e o Prof. Thomas Marthaler, consultor da OMS, que colaborou na análise dos resultados. No estudo de 1999 colaboraram também a Dra. Sónia de Jesus e o Dr. António Toscano.

Estes 3 estudos foram concretizados em 19831–3, 19904 e 19995 e em todos foi utilizado o mesmo modelo de amostragem, foram diagnosticadas as mesmas áreas patológicas (anomalias dento‐faciais, doenças do periodonto, cárie, hipoplasias e opacidades, fluorose dentária, fraturas coronárias e avulsões traumáticas) e seguiram‐se os mesmos critérios de diagnóstico adotados pela OMS e apresentados no seu manual para o estudo epidemiológico das doenças orais6. Assinalo que o primeiro estudo incluiu também um pequeno questionário sobre conhecimentos, atitudes e comportamentos em saúde oral.

Todos os jovens foram sempre selecionados nas mesmas escolas, sucessivamente em 1983, 1990 e 1999, em 14 localidades desde Chaves e Boticas até Beja e Aljustrel. Em 1999 foram 16 as localidades porque Faro e S. Brás de Alportel foram também incluídas.

A OMS atribuiu a designação de método «pathfinder» aos estudos com o modelo por nós utilizado. Aliás, foi a própria OMS que propôs à Direção Geral de Saúde que fosse aquele o método a utilizar.

Com a aplicação de mesma metodologia em 3 estudos sucessivos é possível ter uma imagem muito concreta da prevalência das diferentes doenças orais, incluindo as anomalias dento‐faciais, em 3 momentos das décadas de 80 e 90. Também se obtém uma noção da sua evolução ao longo daqueles anos, o que é particularmente interessante sobretudo para o conhecimento da evolução da prevalência e gravidade da cárie nos níveis etários 6 e 12 anos, dentição decídua e dentição permanente.

Nos 3 estudos foram observados respetivamente 1.891 indivíduos de 6 (n=642), 12 (n=630) e 35‐44 (n=619) anos em 1983, 2.123 jovens de 6 (n=714), 12 (n=705) e 15 (n=704) anos em 1990, e 1.599 jovens de 6 anos (n=799) e 12 anos (n=800) em 1999. Assinalo que se verificou alguma variação quanto aos níveis etários em observação, mas em todos os estudos se incluíram os níveis etários 6 e 12 anos por serem considerados níveis etários de referência, em particular para a análise da distribuição da cárie na população jovem do país.

Mas deve referir‐se que antes destes outros estudos foram levados a cabo no mesmo âmbito das anomalias dento‐faciais. Estão citados na tabela III da publicação do estudo de 19904, o qual foi executado no âmbito duma tese de doutoramento. São 10 estudos e constituem, tanto quanto é do meu conhecimento, uma listagem exaustiva dos trabalhos executados no nosso país, no âmbito das anomalias dento‐faciais até 1990, e todos, exceto 2, foram também publicados nesta revista cuja sobrevivência e atualização foi assegurada por sucessivas direções da Sociedade Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial em esforço muito notável e importante para a estomatologia e medicina dentária portuguesas, por isso merecedor de todo o apoio e aplauso.

As 2 exceções foram os estudos do Prof. José Cruz7 e do Doutor Pedro Leitão8. Este último deve ser destacado porque incidiu essencialmente sobre as anomalias dento‐faciais e constituiu uma tese posteriormente equiparada a doutoramento e apresentada no âmbito de um curso de especialização em ortodontia levado a cabo no Instituto de Odontologia da Universidade de Bergen, em 1990.

Termino o meu comentário com o incentivo para que os autores do estudo sobre a «Aplicação do índice de necessidades de tratamento ortodôntico numa população ortodôntica portuguesa» continuem com entusiasmo os seus estudos e os publiquem.

Bibliografia
[1]
C.M. Almeida, M.C. Emílio, I. Möller, T. Marthaler.
Inquérito Nacional de Prevalência e Necessidades de Tratamento das Doenças da Cavidade Oral Parte I.
Rev Port Estomat Cir Maxilofac, 31 (1990), pp. 137-149
[2]
C.M. Almeida, M.C. Emílio, I. Möller, T. Marthaler.
Inquérito Nacional de Prevalência e Necessidades de Tratamento das Doenças da Cavidade Oral Parte II.
Rev Port Estomat Cir Maxilofac, 31 (1990), pp. 215-230
[3]
C.M. Almeida, M.C. Emílio, I. Möller, T. Marthaler.
Inquérito Nacional de Prevalência e Necessidades de Tratamento das Doenças da Cavidade Oral Parte III.
Rev Port Estomat Cir Maxilofac, 32 (1991), pp. 9-22
[4]
C.M. Almeida.
As doenças da cavidade oral nos jovens portugueses: estudo epidemiológico.
Arquivos do Instituto Nacional de Saúde, 23 (1997), pp. 5-178
[5]
Almeida CM, Jesus S, Toscano A. Patologia Dentária nos Jovens do Continente Português em 1999. Prevalência, gravidade, tendências e associações significativas. Edição da Disciplina de Medicina Dentária Preventiva. Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.
[6]
WHO.
Oral health surveys. Basic methods.
3d ed, World health Organization, (1987),
[7]
J.P. Cruz.
Prevalência das classes de Angle nos alunos do Instituto Militar dos Pupilos do Exército.
Rev Port Med Mil, 37 (1989), pp. 35-38
[8]
P. Leitão.
Prevalence of malocclusion and assessment of the dental development stage in 12‐year‐old school children of Lisbon [dissertation].
University of Bergen, (1990),
Copyright © 2015. Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária
Descargar PDF
Opciones de artículo
es en pt

¿Es usted profesional sanitario apto para prescribir o dispensar medicamentos?

Are you a health professional able to prescribe or dispense drugs?

Você é um profissional de saúde habilitado a prescrever ou dispensar medicamentos