Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar os hábitos e as perceções de saúde oral numa amostra de crianças e adolescentes, procurando mais especificamente conhecer e descrever esses hábitos e perceções.
Materiais e métodos: A amostra foi composta por 382 crianças e adolescentes entre os 8 e os 19 anos de idade, que frequentavam uma escola privada em Vila Nova de Gaia, desde o 3.° ano ao 12.° ano de escolaridade. A recolha de dados foi feita através de um questionário de hábitos e perceções de saúde oral (construído para o efeito), aplicado de forma anónima e confidencial em contexto de sala de aula. A análise estatística foi realizada em SPSS®, utilizando-se estatísticas descritivas e testes não paramétricos.
Resultados: A maioria dos alunos revelou ter bons hábitos de higiene oral. Afirmaram visitar o médico dentista no mínimo uma vez por ano (58,4%) e escovar os dentes duas vezes por dia (55,2%), embora pensassem que idealmente o deveriam fazer três vezes por dia (66,0%), após as principais refeições. Verificou-se ainda que estes alunos se preocupavam com a sua saúde oral, classificando a higiene dos seus dentes como boa (59,4%) e considerando os seus dentes e o seu sorriso muito importantes para a sua imagem pessoal, 66,0% e 66,5%, respetivamente. Finalmente, na análise das respostas dadas a uma questão de resposta aberta acerca dos cuidados a ter com a saúde oral, observamos que os cuidados enunciados pelos alunos se organizaram em três grandes dimensões, a saber: cuidados de higiene oral (mais especificamente a escovagem diária dos dentes, a escovagem das bochechas e da língua, e o uso de escovilhão quando se utiliza aparelho), cuidados com a alimentação (por exemplo, não comer muitos doces e não mascar pastilha elástica) e as visitas ao dentista (indicando neste caso a frequência ideal dessas visitas).
Conclusões: As crianças e os adolescentes deste estudo apresentam bons hábitos e boas perceções de saúde oral. Estes resultados são positivos do ponto de vista médico-dentário e podem estar relacionados com o facto de, atualmente, existirem melhores cuidados e uma maior preocupação com a saúde oral das crianças e dos adolescentes.