Objetivos: As fracturas verticais da raíz (FVR) são fracturas longitudinais do dente que se estendem do canal radicular ao periodonto. Foi referida uma prevalência compreendida entre 11 e 20% de dentes extraídos com tratamento endodôntico que apresentavam FVR. Estas apresentam um desafio ao clínico na medida em que o diagnóstico é frequentemente difícil e é baseado em parâmetros subjectivos. Assim, procurou conhecer-se a atitude dos médicos dentistas perante estes casos clínicos e avaliar se a sua abordagem está de acordo com a literatura.
Materiais e métodos: Foi realizado um inquérito a 50 médicos dentistas colaboradores na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, constando de 12 perguntas. Foi efectuada uma análise descritiva dos dados estatísticos em SPSS, obtendo-se as frequências pretendidas.
Resultados: Relativamente aos meios de diagnóstico, 50% dos inquiridos seleccionou “Outros”, referindo múltiplas opções. Das chaves escolhidas, a opção B – “Exame radiográfico” esteve presente em 100% dos casos, a opção A – “Visão directa” em 67% dos casos, a opção D – “Testes de percussão” em 60%, a opção C – “Testes de vitalidade” em 30% e a opção E – “Métodos de coloração” em 6% das respostas. 52% dos inquiridos consideram que a extracção só deve ser realizada quando o prognóstico destes dentes é mau e 48% considera que esta é a melhor opção terapêutica.
Conclusões: Estas fracturas são frequentemente mal diagnosticadas com consequente perda óssea e aparecimento de fístulas, muitas vezes conduzindo à sua extracção. Assim, parece importante investigar um meio de diagnóstico eficaz e, relativamente às abordagens terapêuticas, a realização de estudos com amostras maiores e que apresentem “follow ups” mais alargados para que possam ser utilizadas com maior segurança e previsibilidade de resultados.