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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 53. Núm. S1.
Páginas e10 (enero 2011)
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Vol. 53. Núm. S1.
Páginas e10 (enero 2011)
XXXII CONGRESSO ANUAL DA SPEMDLISBOA, 12 e 13 de outubro de 2012POSTERS DE INVESTIGAÇÃO
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I-25. COMPORTAMENTOS RELACIONADOS COM A SAÚDE ORAL NUMA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL
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Rute Rosendo, Sónia Mendes
FMDUL – Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
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Objetivos: Os pacientes com Paralisia Cerebral (PC), pelas características da sua doença, apresentam dificuldades no desempenho de atividades da rotina diária, inclusive as de higiene oral e de alimentação. 1) Caracterizar uma população com PC relativamente a alguns comportamentos relacionados com a saúde oral: alimentação, higiene oral e visitas ao médico dentista. 2) Conhecer as barreiras destes pacientes no acesso aos cuidados de saúde oral.

Materiais e métodos: Estudo observacional e transversal, com aplicação de um questionário, auto aplicado, efetuado aos prestadores de cuidados dos pacientes com PC. A distribuição dos questionários foi realizada em papel ou via on-line, em instituições que recebem este tipo de indivíduos, após autorização dos responsáveis das mesmas. O preenchimento do questionário foi voluntário.

Resultados: A amostra foi de conveniência e constituída por 37 indivíduos. Para executar a sua higiene oral, 89% dos pacientes necessitavam de ajuda. A maior parte dos pacientes escovava os dentes em casa (64%), duas ou mais vezes por dia (65%) com dentífrico fluoretado (78%). No entanto, apenas 8% usavam do fio dentário. A altura do dia mais frequente da escovagem foi “ao deitar, depois da última refeição” (36%). O consumo de bebidas e alimentos açucarados “às vezes” foi referido, respectivamente, por 65% e 75% dos participantes. A grande maioria (78%) não fazia medicação de forma frequente e 57% tinha uma alimentação sólida. As visitas ao médico dentista foram referidas como regulares por 62% dos inquiridos, apesar disso a principal razão da última visita foi a dor (32%), seguindo-se a consulta de rotina (28%) e a presença de cárie (20%). As principais barreiras relativamente ao acesso às consultas de medicina dentária foram a dificuldade em encontrar um profissional experiente (37%), clínicas sem espaços adequados (19%) e motivos económicos (18%).

Conclusões: Verificou-se que a maioria dos pacientes com PC não tem autonomia para realizar a sua higiene oral, pelo que o prestador de cuidados do doente com PC é um elo essencial para a prevenção das doenças orais nestes pacientes. Apesar de tudo, a rotina da higiene oral está implementada na maioria dos pacientes, com exceção do uso do fio dentário. Embora o consumo de bebidas e alimentos açucarados seja referido apenas ocasionalmente, verificou-se que a alimentação líquida era frequente, sendo esta potencialmente cariogénica. As visitas ao dentista foram feitas com regularidade, embora sejam apontadas várias barreiras que dificultem o seu acesso, sendo a mais frequente a dificuldade em encontrar um profissional experiente nos cuidados a este tipo de pacientes. Assim, a formação prática dos médicos dentistas nesta área seria importante para a melhoria do acesso aos cuidados de saúde oral destes pacientes.

Copyright © 2012. Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária
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