Objetivos: As Células Estaminais Mesenquimais (MSCs) encontram-se presentes em vários tecidos do indivíduo adulto, incluindo os tecidos dentários. Neste trabalho de investigação conseguimos isolar, multiplicar e criopreservar as MSCs da polpa dentária porcina, de incisivos mandibulares, cuja acessibilidade é mais simples. O objetivo era a utilização destas MSCs no meio clinico para a regeneração óssea autóloga.
Materiais e métodos: A polpa dentária foi recolhida de incisivos porcinos no Centro de Cirurgia Experimental do Hospital Santa Maria em colaboração com o Serviço de Estomatologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte, colocada numa solução descontaminada e digerida num processo laboratorial otimizado. Foram feitas culturas celulares e foram monitorizadas a várias passagens celulares. O tempo de confluência e de morfologia também foi analisado. A capacidade das culturas celulares se diferenciarem em osteoblastos também foi analisado assim como a sua capacidade de adesão a diversos tipos de biomateriais. Foram introduzidas células e discos de biomaterial em defeitos cranianos induzidos ou em locais subcutâneos do respetivo indivíduo porcino dador (Meio autólogo). Foram realizadas análises por Raios X aos discos subcutâneos e aos discos implantados após 21 dias (período para início da osteogénese). In vivo a regeneração óssea foi também avaliada por histomorfometria.
Resultados: Foi otimizado um método para isolar MSCs a partir da polpa dentária porcina com sucesso exibindo 100% de eficácia. Em média, cerca de 4 milhões de MSCs podem ser isoladas por dente no final da passagem 1, demorando 9,5±3,4 dias. Além deste facto, estas células sofreram com sucesso, a diferenciação osteogénica com sucesso em discos de biomaterial, in vitro. In vivo os resultados da regeneração óssea baseados na análise dos resultados de Raio X indicam que a formação do osteóide e a mineralização está presente comparando com o defeito ósseo vazio. Os resultados de histomorfométrica serão futuramente apresentados.
Conclusões: Otimizou-se um método para isolar e fazer a cultura das células da polpa dentária porcina. Em poucas passagens celulares obtivemos células suficientes para as utilizar no estudo clínico. As células aderidas ao biomaterial foram utilizadas para tratar os defeitos ósseos cranianos do modelo porcino com sucesso. Através da análise de Raio-X obtida após a extração de amostras dos defeitos cranianos porcinos e de localizações à distância sub-dermais mostram que a regeneração óssea é acelerada na presença das MSCs obtidas da polpa dentária e que há formação de osso.