Objetivos: Comparar a perceção de alterações na estética do sorriso entre médicos dentistas, estudantes de Medicina Dentária e leigos.
Materiais e métodos: Foi selecionado um sorriso feminino a partir do qual foram criadas vinte e uma fotografias modificadas digitalmente com alterações da macro e microestética do sorriso (arco do sorriso, corredor bucal, desvio da linha média dentária maxilar, diastema interincisivo maxilar, microdontia dos incisivos laterais superiores, alteração das margens gengivais dos incisivos laterais superiores e sorriso gengival). As fotografias foram impressas e ordenas aleatoriamente criando um álbum fotográfico que foi apresentado a 30 médicos dentistas, 30 estudantes de Medicina Dentária e 30 leigos. Os avaliadores classificaram cada fotografia, de acordo com a qualidade estética associada, numa Escala Visual Analógica que variou de 0 (nada estético) a 100 (muito estético).
Resultados: Na avaliação do corredor bucal de 10% e no desvio da linha média dentária maxilar de 2mm, os médicos dentistas foram mais críticos que os estudantes e os leigos (p<0,05). Na presença de desvio da linha média de 6mm e na redução de 1mm da margem gengival dos incisivos laterais, verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os estudantes e os leigos (p<0,05). No sorriso gengival de 2mm e no arco do sorriso côncavo, os médicos dentistas e os estudantes foram mais críticos que os leigos e no sorriso gengival de 4mm verificaram-se diferenças estatísticas entre os médicos dentistas e os leigos (p<0,05). A redução de 1mm da largura dos incisivos laterais e o aumento de 1mm da margem gengival foram as variáveis com médias mais elevadas. A influência do género foi estatisticamente significativa no diastema de 1mm e na redução de 1mm da largura dos incisivos laterais (p<0,05).
Conclusões: À medida que os desvios aumentam, a estética do sorriso diminui. Os leigos foram os mais tolerantes, apresentando médias superiores. De um modo geral, os médicos dentistas foram mais críticos que os estudantes de Medicina Dentária, principalmente nos desvios menores, demonstrando que a experiência clínica é um pré requisito fundamental para a avaliação de pequenas alterações ao nível da harmonia e simetria do sorriso.