A revista Angiologia e Cirurgia Vascular nasceu com a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV), em 2001, constituindo o órgão científico oficial da então nova sociedade, aglutinadora da maioria dos cirurgiões vasculares portugueses. O seu desenvolvimento acompanhou a implantação da sociedade e, como seria natural, ambas cresceram em conjunto.
Por um lado, procurou-se preencher um espaço editorial em Portugal na área da compreensão dos mecanismos, do estudo e do tratamento das doenças vasculares, os quais sofreram modificações assinaláveis nos últimos anos. Por outro lado, a Angiologia e Cirurgia Vascular é uma das faces científicas e educacionais da SPACV a qual, como órgão promotor de reunião e de partilha de conhecimentos entre os especialistas portugueses, tem encarado esta publicação como um componente essencial do seu próprio desenvolvimento.
O projecto da revista foi, de facto, cuidadosamente implementado desde o início da SPACV. Deve realçar-se o papel meritório da equipe editorial inicial, liderada pelo Prof. J. Fernandes e Fernandes, editor principal até 2006, e a quem devem ser atribuídos os méritos da criação e desenvolvimento da revista nos seus primeiros anos. Este crescimento teve que ver não só com a definição dos objectivos da Angiologia e Cirurgia Vascular, do seu papel no meio científico vascular nacional, do “layout” e do “design”, mas também com a definição de um projecto de viabilidade financeira que, obviamente, permitisse alicerçar o seu crescimento e desenvolvimento científico. Esse trabalho foi essencial e a ele se procurou dar continuidade desde 2006 quando assumi a principal responsabilidade da edição desta publicação. Inicialmente procurou-se estabilizar e consolidar a revista mantendo a regularidade da publicação trimestral, uniformizar o tipo de artigos publicados em cada número e preservar a viabilidade financeira da revista, onde tem sido crucial a participação da SPACV e o empenhamento e estreita colaboração proporcionados pelas várias Direcções que têm apoiado este projecto incondicionalmente.
Outro objectivo crucial foi a inclusão da revista nos sistemas de referenciação bibliográfica internacional. Foi conseguida a indexação nos sistemas Latindex e na plataforma SciELO, o que constituiu um passo muito importante em termos da visibilidade da revista nos “mercados” científicos de línguas portuguesa (Brasil) e espanhola (Espanha e América do Sul). O sistema SciELO permite a visualização aberta online dos artigos publicados e o seu download imediato.
Recentemente foi dado um novo passo muito importante que consistiu na indexação da Angiologia e Cirurgia Vascular no novo “SciELO Citation Index da Web of Knowledge”. Esta referência foi conseguida apenas por algumas publicações nacionais indexadas na plataforma SciELO tendo em conta vários critérios de qualidade como a manutenção da regularidade de publicação e o formato editorial dentro das normas internacionais. Esperamos que este novo passo corresponda a um incremento da qualidade do espaço de divulgação da revista em novas áreas de língua inglesa.
No último ano, foi também restruturado o “layout” editorial da revista. Com efeito, foi iniciada uma relação comercial com a Elsevier que é actualmente um dos Publisher internacionais de referência. Neste âmbito, foi introduzida nova imagem da capa, novo “design” da revista e disponibilização de espaço na internet dedicado à Angiologia e Cirurgia Vascular através das “Databases” da “Sciverse ScienceDirect® (http://www.sciencedirect.com/science/journals)” e “Sciverse Scopus® (http://www.elsevier.com/journals/title/a)” onde a página pode ser consultada.
Por outro lado, toda a revisão por peritos (“peer review”) passou a ser efectuada através do “Elsevier Editorial System” o que torna todo o processo de revisão e publicação mais rigoroso, célere e eficaz.
Todas estas alterações permitiram o reconhecimento do incremento qualitativo da revista o que proporcionou um aumento do espaço de publicidade reduzindo o esforço financeiro que a SPACV continua a fazer para manter esta publicação.
Outro objectivo essencial foi a promoção do estímulo à publicação que tem evoluído positivamente nos últimos anos. Com efeito, assiste-se a uma maior consciencialização dos membros da especialidade, em particular dos mais jovens, para a necessidade de organizar casuísticas e bases de dados, de analisar os resultados e de os publicar. Este facto, traduziu-se em aumento da produção científica nacional, com publicações mais frequentes em revistas internacionais e em algum aumento da submissão à Angiologia e Cirurgia Vascular, embora ainda não na dimensão necessária.
Finalmente, reconhece-se que a Angiologia e Cirurgia Vascular é um importante instrumento da SPACV com um papel consolidado no panorama científico vascular português. É disponibilizada à comunidade vascular e também a membros de especialidades afins e o “feedback” recebido é encorajador e denota uma boa aceitação. No entanto, continua a ser decisiva a promoção da escrita e da submissão de artigos o que constitui a base da publicação e da selecção. Só este caminho de qualidade permitirá no futuro o acesso a outros sistemas de indexação internacional pelo que renovo o apelo à continuação do empenhamento activo dos membros da SPACV e da comunidade vascular portuguesa no sentido de estimular a produção científica e pedagógica e de eleger a Angiologia e Cirurgia Vascular como órgão nacional prioritário para a sua publicação.