covid
Buscar en
Revista Internacional de Andrología
Toda la web
Inicio Revista Internacional de Andrología Leiomiossarcoma primário testicular: caso clínico
Información de la revista
Vol. 5. Núm. 4.
Páginas 396-397 (octubre 2007)
Compartir
Compartir
Descargar PDF
Más opciones de artículo
Vol. 5. Núm. 4.
Páginas 396-397 (octubre 2007)
Acceso a texto completo
Leiomiossarcoma primário testicular: caso clínico
Primary intratesticular leiomyosarcoma: clinical case
Visitas
2927
Rui Pedro Borgesa, Fernando Vilaa, Victor Cavadasa, Alcino Oliveiraa, João Queiroza, Filinto Marceloa, Ana Encinasb
a Serviço de Urologia. Hospital Geral de Santo António. Porto.
b Serviço de Patologia. Hospital Geral de Santo António. Porto. Portugal.
Este artículo ha recibido
Información del artículo
Resumen
Texto completo
Bibliografía
Descargar PDF
Estadísticas
Figuras (2)
O leiomiossarcoma testicular primário é extremamente raro. Os autores reportam um caso num homem de 19 anos, que referia aumento do volume testicular com 3 meses de evolução, submetido a orquidectomia radical. O exame histológico revelou um leiomiossarcoma intratesticular.
Primary leiomyosarcoma of the testis is extremely rare. We describe a 19-year-old man who complains of left scrotal swelling for 3 months, and underwent radical orchiectomy. The histological examination revealed intratesticular leiomyosarcoma.
Keywords:
Leiomyosarcoma
Orchidectomy
Histological examination
Texto completo

INTRODUÇÃO

O leiomiossarcoma é um tumor de tecidos moles com origem nas células musculares lisas mesenquimatosas. Embora os leiomiossarcomas paratesticulares sejam relativamente comuns, os seus congéneres primários intratesticulares são extremamente raros, com 9 casos somente, previamente descritos na literatura1-9. Os autores relatam um caso de leiomiossarcoma testicular em homem de 19 anos, submetido a orquidectomia radical esquerda, seguida de radioterapia e quimioterapia adjuvante.

CASO CLÍNICO

Homem de 19 anos, sem antecedentes patológicos de relevo, referenciado ao Serviço de Urologia por história de dor e aumento do volume testicular esquerdo com 3 meses de evolução. Ao exame objectivo, apresentava aumento do volume escrotal esquerdo, duro e irregular à palpação, sem hidrocelo ou patologia paratesticular associada. O testículo e epidídimo direitos eram normais à palpação. Os valores analíticos da função hepática e dos marcadores tumorais (a-fetoproteína, lactato desidrogenase e b-gonadotrofina coriónica) eram normais.

A ecografia testicular revelou uma massa heterogénea com 7 x 5 cm, com um padrão multinodular e heterogéneo. A tomografia computorizada (TC) torácica e abdominal não revelou metástases.

Foi efectuada orquidectomia radical esquerda. O espécime anátomo-patológico pesava 152 g, incluindo testículo, epidídimo (8.5 x 6 x 4.5 cm) e cordão espermático (3.5 cm). O tumor (7 x 5 cm) era branco amarelado, sólido, limitado ao testículo, com invasão focal da túnica vaginal e sem envolvimento do epidídimo ou cordão espermático. A microscopia revelou um tumor de células alongadas em fascículos, dispostos em padrão com índice mitótico elevado e focos de necrose (fig. 1).

Figura 1. Padrão de células alongadas, dispostas em fascículos, com alto índice mitótico e focos de necrose (desmina x0, x100).

A coloração imunohistoquímica era negativa para CAM5.2, AE/AE3, actina sarcomérica e proteína S100, e positiva para vimentina, actina do músculo liso e desmina, diagnosticando um leiomiossarcoma intratesticular de alto grau (pT2 G2).

O doente efectuou quimioterapia (Gencitabina e Docetaxel) e radioterapia (50 Gy, em 25 fracções diárias de 2 Gy cinco vezes por semana) adjuvantes para prevenir metástases distantes e locais respectivamente.

Aos 16 meses de seguimento, apesar de assintomático, a TC abdominal revelou massa retroperitoneal (fig. 2), com área central necrótica e hidronefrose esquerda. O doente foi laparotomizado, com remoção desta massa, rim esquerdo e segmento de íleo. O exame patológico confirmou a recorrência da doença com invasão do rim esquerdo, serosa e gordura periintestinal ileal.

Figura 2. Massa volumosa no retroperitoneu (M).

Foi-lhe proposto um novo esquema de quimioterapia de salvação, que não chegou a iniciar, por agravamento do estado clínico tendo falecido 1 mês após a cirurgia.

DISCUSSÃO

O leiomiossarcoma é um tumor de tecidos moles com origem nas células musculares lisas mesenquimatosas. A origem deste tumor no testículo é controversa: tem sido atribuída às células contrácteis da túnica própria dos túbulos seminíferos, à camada muscular dos vasos sanguíneos e aos elementos musculares lisos da túnica albugínea1.

Esteróides anabolizantes4 em alta dose e inflamação crónica5 têm sido sugeridos como factores de risco para este tipo de tumor testicular.

O comportamento clínico e biológico deste tipo de tumores é difícil de predizer. O índice mitótico elevado é considerado um critério importante de malignidade. Estes tumores podem disseminar-se por 3 vias: invasão local, disseminação linfática e metastização hematogénea8.

Todos os casos descritos na literatura eram tumores pT1 e em todos foi efectuada orquidectomia radical1-9. Linfadenectomia retroperitoneal foi efectuada num caso, e noutro caso foi efectuada quimioterapia. Somente um dos doentes desenvolveu metástases pulmonares após cirurgia6 e não havia invasão linfática.

Estes tumores são extremamente raros e não há dúvidas que a orquidectomia radical é o tratamento de escolha, sendo no entanto difícil de efectuar outras recomendações terapêuticas.


Correspondência: Dr. R.P. Borges.

Serviço de Urologia. Hospital Geral de SantoAntónio.

Largo Prof. Abel Salazar. 4099-002 Porto. Portugal.

Correo electrónico: ruipedroborges1@gmail.com

Bibliografia
[1]
Yachia D, Auslaender L..
Primary leiomiosarcoma of the testis..
J Urol, 141 (1989), pp. 955-6
[2]
Washecka RM, Mariani AJ, Zuna RE, Honda SA, Chong CD..
Primary intratesticular sarcoma. Immunohistochemical ultrastrutural and DNA flow cytometric srudyof three cases with review of the literature..
[3]
Pellice C, Sabate M, Combalia A, Ribas E, Cosme M..
Leiomyosarcoma of the testis..
J Urol, 100 (1994), pp. 46-8
[4]
Froehner M, Fisher R, Leike S, Hakenberg OW, Noack B, Wirth MP..
Intratesticular leiomyosarcoma in a young man after high dose doping Oral-Turinabol: A case report..
Cancer, 86 (1999), pp. 1571-5
[5]
Ali Y, Kehinde EO, Makar R, Al-Awadi KA, Anim JT..
Leiomyosarcoma complicating chronic inflammation of the testis..
Med Princ Pract, 11 (2002), pp. 157-60
[6]
Hachi H, Bougtab A, Amhajji R, Otmany F, Al Bouzidi A, Laalou L, et al..
Case report of testicular leiomyosarcoma..
Med Trop, 62 (2002), pp. 531-3
[7]
Wakhlu A, Chaudhary A..
Massive leiomyosarcoma of the testisin an infant. J..
Pediatr Surg, 39 (2004), pp. 16-7
[8]
Takizawa A, Miura T, Fujinami K, Kawakami S, Osada Y, Kameda Y..
Primary testicular leiomyosarcoma..
Int Jour Urol, 12 (2005), pp. 596-8
[9]
Canales BK, Lukasewycz SJ, Manivel JC, Pryor JL..
Posradiotherapy intratesticular leiomyosarcoma..
Urol, 66 (2005), pp. 6571
Descargar PDF
Opciones de artículo
es en pt

¿Es usted profesional sanitario apto para prescribir o dispensar medicamentos?

Are you a health professional able to prescribe or dispense drugs?

Você é um profissional de saúde habilitado a prescrever ou dispensar medicamentos