Objetivos: O estudo realizado teve como objetivos avaliar a prevalência da cárie precoce de infância e caracterizar os fatores de risco associados numa população escolar da freguesia de Paranhos, Porto.
Materiais e métodos: A amostra foi constituída por 258 crianças com idades compreendidas entre os 35 e 71 meses a frequentarem o ensino público pré‐escolar na freguesia de Paranhos, Porto, no ano letivo 2013/2014. A recolha de dados foi realizada através de um questionário aplicado aos encarregados de educação das crianças (permitiu aferir hábitos alimentares e de higiene das crianças e o nível de escolaridade dos encarregados de educação) e de uma observação intraoral, realizada nas instalações da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, para cálculo da prevalência da CPI. Para avaliação da história de cárie foram utilizados os critérios preconizados pela Organização Mundial de Saúde. A análise estatística foi efetuada com recurso ao programa IBM SPSS 21.0® (Statistical Package for Social Science).
Resultados: Dos participantes, 52,7% eram do sexo feminino. A mediana de idades foi de 56 meses, com mínimo de 35 meses e máximo de 71 meses. A prevalência de cárie encontrada nesta população foi de 34,6% e a média de CPI de 1,42. Aos 5 anos, a prevalência de CPI foi mais elevada do que em idades inferiores. Os principais fatores encontrados, associados à prevalência de CPI, foram a escolaridade dos pais e o consumo de refrigerantes (gaseificados e não gaseificados). Uma grande parte dos participantes iniciou o ato de escovagem dentária e uso de pasta dentífrica em idade desadequada. Contrariando o recomendado pela Ordem dos médicos dentistas, 47,7% das crianças nunca foi ao médico‐dentista.
Conclusões: A prevalência de cárie encontrada, tendo em conta a idade da população em estudo, pode ser considerado preocupante. É necessário reforçar a necessidade de uma intervenção precoce e eficaz sobre a promoção da saúde oral, nomeadamente de hábitos de higiene oral e hábitos alimentares adequados.