Objetivos: Aferir o grau de satisfação dos doentes em relação a diferentes tratamentos de branqueamento dentário; avaliar possíveis efeitos adversos e a probabilidade de recidiva, em relação ao tipo de procedimento e ao tempo decorrido até à avaliação.
Materiais e métodos: Foram observados 101 doentes, sujeitos a terapêutica de branqueamento na área de medicina dentária da Universidade de Coimbra, entre 1992‐2015. Responderam a um questionário (adaptado de Boushell et al., Nightguard Vital Bleaching, Journal of Aesthetic and Restorative Dentistry, vol. 24, n.° 3, 211‐219, 2012). Realizaram‐se 3 radiografias periapicais (13‐23), registo fotográfico, teste térmico ao frio e avaliou‐se índice de placa e gengival.
Resultados: Após a conclusão do tratamento, 97% doentes estavam satisfeitos. Sete a 276 meses após o tratamento, apenas 91% continuavam satisfeitos. Encontraram‐se 53,5% de recidivas e 18,8% de retratamentos. Dos doentes, 18,8% apresentou reações adversas durante o tratamento; atualmente, apenas 2% as referem. As reações adversas parecem mais associadas ao branqueamento interno/externo. A recidiva não apresenta uma relação estatisticamente significativa com o tempo decorrido desde o tratamento, nem com a técnica ou produto usado. A satisfação dos doentes foi semelhante nas várias técnicas, parecendo estar associada a baixas concentrações de peróxido de carbamida.
Conclusões: Na perspetiva dos doentes, o branqueamento dentário tem resultados estáveis, com manutenção dos resultados a longo prazo. Da avaliação clínica, conclui‐se que o branqueamento apresenta 53,5% de recidiva, sendo tendencialmente maior na terapêutica combinada. O branqueamento é um tratamento eficaz, com raros efeitos adversos.