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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 13 (diciembre 2015)
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# 29. Saúde oral e seus determinantes na população escolar de 6‐10 anos em Nampula – Moçambique
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João Pedro Barroso*, Diogo Ribeiro Castro Pereira, Alarquia Aly Saíde, Isabel Pires, Carla Rêgo, Maria de Lurdes Lobo Pereira
Faculdade de Medicina Dentária, Universidade do Porto; EPI Unit, Faculdade de Medicina Dentária, Universidade Lúrio ‐ Nampula – Moçambique
CINTESIS ESB ‐ Universidade Católica Portuguesa
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Objetivos: Avaliar a saúde oral e os hábitos associados em crianças com idades compreendidas entre os 6‐10 anos, residentes nas regiões urbana e rural de Nampula – Moçambique.

Materiais e métodos: Trezentas e oitenta e uma crianças de 4 escolas (2 rurais e 2 urbanas). Estudo transversal, com aplicação de questionário para a avaliação de comportamentos relacionados com a saúde oral, exame clínico intraoral e levantamento de dados antropométricos. Foi efetuada uma análise estatística descritiva e inferencial, através do T‐test e do qui‐quadrado de Pearson.

Resultados: A idade média (dp) das crianças foi de 8,4 (1,4) anos. Regista‐se uma prevalência de 13,1% de excesso ponderal. A ingestão de alimentos cariogénicos, quer de origem tradicional, quer processados, é elevada e transversal ao longo do dia (89,5% à refeição, 98,2% ao lanche e 75,9% à ceia), sem diferença na dependência da zona de residência. A prevalência de cárie foi de 71,3%. A média (dp) de cpod/CPOD foi de 3,58 (3,84) registando‐se um valor de cpod de 2,19 (2,18) e de 1,39 (1,84) para CPOD. A média (dp) para o HIO‐S foi de 1,54 (0,79). O uso de pasta dentífrica foi significativamente mais frequente nas crianças da região urbana (p0,001), e o recurso a métodos tradicionais de escovagem (mulala, carvão, eraque) nas crianças da zona rural (p<=0,001). Não se observou qualquer tratamento dentário.

Conclusões: Registaram‐se índices de cárie e de higiene oral moderados. A manutenção de métodos tradicionais de higienização oral está associada à zona de residência, concretamente à ruralidade. A inexistência de qualquer tipo de cuidados médico‐dentários preventivos ou restauradores, aliada a um padrão de elevado consumo diário de alimentos cariogénicos e a uma inadequada exposição a dentífricos fluoretados, principalmente nas zonas rurais, afiguram‐se como um mau prognóstico para a saúde oral da população estudada. Os resultados sugerem a necessidade de adoção de medidas concretas de promoção para a saúde oral na população, podendo as escolas funcionar como veículo privilegiado para a sua implementação.

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