Objetivos: A internet colocou à disposição do público muita informação da área médica e médico‐dentária, à distância de um simples clique. Este estudo tem como objetivo analisar o acesso à informação de saúde oral disponível na Internet pelos pacientes que procuram tratamento médico‐dentária.
Materiais e métodos: Foi realizado um estudo exploratório, descritivo, quantitativo e transversal Recorreu‐se ao método de amostragem não probabilística por conveniência. A amostra é constituída por 108 indivíduos que compareceram às consultas da clínica médico‐dentária da Universidade Católica Portuguesa no primeiro trimestre de 2014. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário. Efetuou‐se análise estatística descritiva e inferencial univariada através do programa informático estatístico SPSS 20.0.
Resultados: A maioria da amostra é do sexo feminino (68,5%) e o grupo etário mais representativo é dos 25‐39 anos (28,7%), com uma idade média de 39,4. Residem na zona urbana 66,7% dos sujeitos, 30,6% estão habilitados com o 2° e 3° ciclo e 33,3% usufruem de um a dois ordenados mínimos por mês. 74,1% tem acesso à internet, e 30,6% da amostra recorreu à internet para procurar informações de saúde oral. Destes, verificou‐se que: 1) As mulheres pesquisaram mais informação do que os homens (72,7% vs. 27,3%; chi‐quadrado=0,390; p=0,532); 2) Os indivíduos com idade inferior a 40 anos (odds ratio=15,0; IC95% [4,2;53,6]), com mais de doze anos de escolaridade (odds ratio=5,3; IC95% [2,2;13,2]) e com rendimento familiar mensal equivalente a dois ou mais ordenados mínimos (odds ratio=3,1 IC95% [1,3;7,2]) têm maior probabilidade de efetuar a pesquisa; 3) A informação encontrada é classificada como sendo de alta qualidade por 40,6% dos sujeitos; 4) 12,1% dos indivíduos comprou produtos de saúde oral online.
Conclusões: Os pacientes fazem um uso limitado da internet na pesquisa de informação de saúde oral. Cerca de quatro em cada dez reportaram ter interesse em aceder no futuro a este tipo de informação. Advém‐se que a probabilidade de aceder à internet para procurar informação de saúde oral depende, sobretudo, da idade e do nível de escolaridade, sendo menor entre os mais velhos e com menor habilitação escolar.