Objetivos: Analisar a decisão clínica de profissionais de Medicina Dentária no que concerne à manutenção ou extração de peças dentárias e posterior tratamento, perante cenários clínicos de dentes periodontalmente comprometidos. Pretende‐se, assim, revelar uma tendência da decisão do clínico atual, tendo em vista o tratamento com implantes em pacientes com doença periodontal.
Materiais e métodos: Efetuou‐se um estudo observacional transversal segundo a técnica estratificada. A amostra em estudo incluiu Médicos Dentistas (n=197) aos quais foi pedido para responder a um questionário (online ou presencial). Os resultados obtidos foram processados e analisados por métodos estatísticos descritivos recorrendo ao IBM SPSS® Statistics v19.0 (Software Estatistical Package for the Social Science).
Resultados: No que diz respeito à decisão de manter ou extrair dentes periodontalmente comprometidos, a grande maioria dos profissionais com e sem prática em implantologia opta pela preservação das peças dentárias. Considerando a extração do dente, a opção de reabilitação com um implante é selecionada pela maioria dos inquiridos. A decisão de manter ou extrair parece ser influenciada pela prática em implantologia. Por outro lado, a decisão de colocar ou não colocar um implante parece ser influenciada pela prática e pela formação em implantologia. Adicionalmente o sintoma clínico “dor” parece influenciar a decisão de manter ou extrair. Os restantes parâmetros analisados neste estudo, nomeadamente o género, a idade, as habilitações literárias, a instituição de formação, o número de anos de prática clínica, o número de anos de prática em implantologia e o número de implantes colocados por mês parecem não ter influência sobre a decisão de manter ou extrair um dente e colocar ou não colocar um implante.
Conclusões: Atualmente os Médicos Dentistas têm presente a importância da manutenção das peças dentárias em boca e mostram possuir conhecimentos sobre os diversos procedimentos. Por outro lado, é notória a confiança que os Médicos Dentistas depositam na implantologia como forma de reabilitação.