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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 24 (diciembre 2015)
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 24 (diciembre 2015)
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# 52. Caracterização das manifestações orais da doença celíaca numa amostra pediátrica
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Joana Cruz*, Ana Daniela Soares, Maria Teresa Xavier, Ricardo Ferreira, Sara Rosa, Ana Luisa Costa
rea de Medicina Dentária ‐ Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; Hospital Pediátrico de Coimbra – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE (CHUC, EPE)
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Objetivos: A doença celíaca é um distúrbio gastrointestinal imunomediado, causado por intolerância ao glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis, constituindo, muitas vezes, alterações na cavidade os seus únicos e/ou primeiros sinais. Pretendeu‐se, com este trabalho, caracterizar a prevalência e tipo de manifestações orais da doença celíaca numa amostra de crianças seguidas na consulta de gastrenterologia do Hospital Pediátrico de Coimbra – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE (CHUC, EPE).

Materiais e métodos: Uma equipa devidamente calibrada levou a cabo, entre dezembro de 2014 e maio de 2015, a observação oral de uma amostra da população infantojuvenil, seguida na consulta de gastrenterologia do Hospital Pediátrico de Coimbra (CHUC, EPE), com diagnóstico confirmado de doença celíaca. Após o preenchimento das histórias clínicas médica e dentária, à observação oral seguiu‐se o registo das principais manifestações orais, tendo os dados obtidos sido registados em Microsoft Excel e, posteriormente, organizados e categorizados para submissão a análise estatística descritiva.

Resultados: A amostra global inicial compôs‐se de 113 indivíduos, 37 do sexo masculino e 76 do sexo feminino, de idades compreendidas entre 1‐18 anos, tendo sido sinalizadas com lesões orais 28. Os defeitos de esmalte (50%) e a estomatite aftosa recorrente (39%) foram as manifestações observadas com maior frequência no grupo de crianças e jovens sinalizados. Quanto à localização dos defeitos de esmalte, os incisivos foram os dentes mais afetados, seguindo‐se os primeiros molares permanentes. Em 56% dos casos, os defeitos observados foram «sistemáticos» e quanto à severidade, os de tipo II e I da classificação de Aine os mais frequentes.

Conclusões: Com este trabalho, foi possível confirmar a ocorrência de patologia oral nas crianças celíacas, de acordo com o descrito na literatura. Pela crescente capacidade diagnóstica da doença celíaca, ao médico dentista é exigida especial atenção no exame clínico destas crianças, visando a identificação e valorização das alterações orais quando presentes, sublinhando ainda a importância da realização de uma anamnese pormenorizada, que inclua a avaliação de fatores de risco e antecedentes familiares.

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