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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Inicio Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial # 71. Caso clinico raro de lipoma na mucosa oral
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Vol. 55. Núm. S1.
Reuniões e Congressos 2014
Páginas e32 (octubre 2014)
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# 71. Caso clinico raro de lipoma na mucosa oral
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André Correia, Ivo Teixeira Lopes*, Pedro Mesquita
Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
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Introdução: Os lipomas são neoplasias dos tecidos moles, muito frequentes, com incidência maior na 5ª‐6ª décadas de vida. A ocorrência na cavidade oral é relativamente rara (1‐5%), representando entre 0,1‐5% de todos os tumores benignos nesta região. Podem ocorrer em diferentes localizações anatómicas, incluindo lábios, mucosa oral, vestíbulo, glândulas salivares major, língua, palato e pavimento lingual. Estes tumores são normalmente assintomáticos exceptuando se interferirem, devido às suas dimensões, com as funções do sistema estomatognático.

Caso Clínico: Paciente caucasiano, 82 anos, sexo feminino, compareceu em consulta de Medicina Dentária com o objetivo de efetuar uma nova prótese total removível, face à falta de suporte, retenção e estabilidade da prótese que possuía. Observou‐se massa de 1cm, móvel, localizada na mucosa oral, perto da comissura labial, com aparência amarelada, sem sinais de inflamação. Face à ausência de sintomatologia optou‐se por não se efetuar a sua remoção cirúrgica. Contudo, com a nova prótese em função, a paciente referiu dor e desconforto relacionado com esta massa. Procedeu‐se então à resseção completa da lesão, sob efeito de anestesia local, e encerramento da ferida cirúrgica com sutura reabsorvível. A lesão apresentava, ao exame macroscópico, uma tonalidade amarela e perfeitamente encapsulada. Num recipiente com água, a lesão permaneceu à superfície, flutuando, compatível com lesão de natureza adiposa. A análise histopatológica confirmou o diagnóstico clínico de lipoma. Três semanas após a cirurgia a ferida cirúrgica apresentava‐se completamente cicatrizada e a paciente já conseguia utilizar a prótese sem qualquer dor ou desconforto. Dois anos após a intervenção não se verifica qualquer recidiva.

Discussão e conclusões: Na ausência de sintomas, a nossa decisão seria manter e controlar a lesão, face ao seu carácter benigno, idade da paciente e história médica. Contudo, a interferência com a nova prótese, e consequentemente, com a atividade mastigatória levou‐nos a optar pela sua exérese. O diagnóstico diferencial deste tipo de lesões inclui quisto dermóide, carcinoma mucoepidermóide, angiolipoma, fibrolipoma, linfoma maligno, leiomioma, lipossarcoma mixóide e histiocitoma. O prognóstico dos lipomas é bom, com raros casos de recidiva após resseção total. A decisão pela intervenção cirúrgica depende da condição médica, da dimensão da lesão e da sua interferência ou não com as funções do sistema estomatognático.

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