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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 55. Núm. S1.
Reuniões e Congressos 2014
Páginas e33 (octubre 2014)
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Reuniões e Congressos 2014
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# 72. A importância do médico dentista no diagnóstico precoce do carcinoma escamoso do lábio
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Francisco Rocha, Aura Neiva Rosa*, Tiago Marques, Filipe Freitas, Miguel Costa
Universidade Católica Portuguesa (UCP); Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL); Instituto Português de Oncologia (IPO) Coimbra
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Introdução: O cancro oral é definido como um neoplasma maligno do lábio e da boca, sendo o 6° mais comum no mundo. A sua incidência tem vindo a aumentar em Portugal. O consumo de tabaco e/ou álcool, bem como o HPV16 e 18 são considerados factores de risco. Indivíduos com história familiar de carcinoma escamoso da cabeça‐pescoço correm maior risco de desenvolver tumores do mesmo tipo. A maioria dos carcinomas orais é precedida de desordens potencialmente malignas, como a leucoplasia, eritroplasia e queilite actínica. O diagnóstico tardio sustenta baixas taxas de sobrevida de 50 e 41% a 5 e 10 anos. Estima‐se que mais de 60% dos pacientes apresentem estadios III e IV no momento do diagnóstico.

Caso clínico: Homem, leucodérmico, 65 anos, ex‐operário construção civil, não fumador, ASA 2. Sem linfadenopatias. Apresentava lábio inferior fissurado, indolor, com lesão central, que não cicatrizava, amarelada, séssil, endurecida, contornos definidos, bordos elevados, comprimento 12mm e largura 6mm, sem descontinuidade entre vermelhão e porção cutânea, compatível com queilite actínica ou carcinoma escamoso. Procedeu‐se à biópsia incisional, incluindo tecido clinicamente são, com as dimensões: 1,1*0,4*0,3cm. A histopatologia identificou carcinoma escamoso bem diferenciado. Paciente encaminhado para o IPO de Coimbra, onde não foi identificada qualquer linfadenopatia ou metastização à distância. Sob anestesia geral e intubação nasotraqueal foi feita vermilionectomia radical do lábio inferior. Reconstrução do lábio com mucosa da face interna do lábio. A histopatologia revelou carcinoma escamoso T1N0M0, largura 9mm, bem diferenciado, e margens livres mínimas de 5mm.

Discussão e conclusões: No que diz respeito ao cancro do lábio inferior, Czerninski et al. definem a população de risco como homens leucodérmicos, com mais de 53 anos. A maior incidência na face externa sugere a exposição solar como interveniente na carcinogénese. A decisão terapêutica deve ser acompanhada de raio‐x torácico e de TAC cervical. O carcinoma escamoso no lábio apresenta um prognóstico mais favorável, ao contrário da sua localização intra‐oral. Os tratamentos são habitualmente mais conservadores. O paciente é monitorizado no IPO de Coimbra, encontrando‐se estável após 3 meses. Os médicos dentistas devem diagnosticar precocemente desordens potencialmente malignas e lesões malignas, encaminhando os pacientes para unidades de saúde especializadas.

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