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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 55. Núm. S1.
Reuniões e Congressos 2014
Páginas e40 (octubre 2014)
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# 88. Carcinoma epidermóide da língua: caso clínico com destruição óssea e fratura da mandíbula
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Ana Paula Reis Durão, Marcelo Miranda*, Teixeira Koch, Reinhilde Jacobs
FMDUP; KU Leuven
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Introdução: O carcinoma epidermóide (CE) representa 94% das patologias malignas da cavidade oral. A causa é multifatorial, sendo apontados como principais fatores de risco o tabaco e o álcool, sobretudo a longo prazo e usado em excesso. Estes dois hábitos usados em conjunto aumentam em 10 vezes o risco de cancro oral. Atinge preferencialmente o sexo masculino entre a sexta e sétima décadas de vida. O bordo lateral da língua na junção entre o terço médio e posterior, o pavimento da boca, e a região retromolar são as localizações mais frequentes.

Caso clínico: Doente do sexo masculino, trabalhador da construção civil, 57 anos, desdentado total, fumador e consumidor frequente de álcool. Referia dor e apresentava tumefação hemimandibular esquerda. Foi enviado pelo Clínico Geral para o departamento de Imagiologia para realizar ecografia da zona afetada e radiografia da mandíbula. Na ecografia foi observada neoformação da região mandibular esquerda com adenomegalias regionais. Realizou‐se ainda ortopantomografia, onde se evidenciou extensa área de destruição óssea de limites irregulares localizada no corpo e ramo ascendente da mandíbula à esquerda. Notou‐se a presença de fratura patológica ao nível do ângulo e destruição do bordo superior da mandíbula. Para melhor caracterização da lesão foi efectuada uma Tomografia Computorizada. Esta revelou uma massa expansiva hipodensa com cerca de 4,2cm de diâmetro localizada nos 2/3 anteriores da língua do lado esquerdo. Evidenciamos extensão subcutânea da massa primitiva para os tecidos moles da região jugal com 2,5cm. Pela extensão da lesão classificamos a lesão em T3 (> 4cm).

Discussão e conclusões: O diagnóstico precoce é de grande importância já que o grau de mutilação para o paciente é menor. Em casos avançados da lesão, como o presente, o diagnóstico provável é evidente, atentando os hábitos do paciente. A dor foi o fator primordial que levou o paciente a procurar um médico. Em fase inicial de pequena ulceração, o diagnóstico requere que seja feita biópsia, pois quanto mais precocemente for identificado o CE melhor será o prognóstico. A escolha da técnica de imagem mais adequada para cada caso clínico é fundamental. A Tomografia Computorizada permitiu por si só, a avaliação das reais dimensões da lesão, sua morfologia e relação com as estruturas anatómicas adjacentes, auxiliando no diagnóstico e sobretudo no planeamento cirúrgico. O diagnóstico radiográfico foi confirmado por exame histopatológico.

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