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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Inicio Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial #132. Características salivares de crianças com paralisia cerebral
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Vol. 57. Núm. S1.
Páginas 54-55 (diciembre 2016)
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#132. Características salivares de crianças com paralisia cerebral
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Bruna Nunes*, Sara Rosa, Olavo Gonçalves, Ana Daniela Soares, Maria Teresa Xavier, Ana Luísa Costa
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Coimbra
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Objetivos: Este estudo piloto objetivou analisar o fluxo, consistência, pH e capacidade tampão da saliva de crianças com paralisia cerebral e comparar com crianças saudáveis. De modo complementar, efetuar uma revisão bibliográfica narrativa acerca das patologias orais mais prevalentes em crianças com paralisia cerebral.

Materiais e métodos: Salvaguardando todos os princípios e requisitos éticos, procedeu‐se à realização do teste salivar Saliva‐Check BUFFER®. A amostra incluiu 7 crianças com diagnóstico de paralisia cerebral e 7 crianças no grupo controlo. Os resultados obtidos foram sujeitos a análise estatística descritiva e analítica com recurso ao teste exato de Fisher, efetuada na plataforma estatística IBM® SPSS® v22 usando um nível de significância de 5% (α=0,05). A pesquisa bibliográfica foi realizada através do motor de busca PubMed/MEDLINE, respeitando os critérios de inclusão: publicações entre 2005‐2015, em língua inglesa e em espécie humana, utilizando as palavras‐chave «cerebral palsy», «pediatric dentistry», «oral health», «Special Health Care Needs» e «drooling», em combinações com recurso ao conector booleano AND, complementada com consulta manual.

Resultados: Na amostra deste estudo (n=7), todas as crianças com paralisia cerebral apresentaram fluxo salivar e pH normais (100%); relativamente à consistência salivar, os resultados dividiram‐se entre aquosa clara (57,1%) e espumosa e borbulhante (42,9%). A capacidade tampão encontrava‐se dentro de intervalos considerados baixo (71,4%) e muito baixo (28,6%). Não se observou uma associação estatisticamente significativa entre os vários parâmetros avaliados e os grupos estudados, à exceção da capacidade tampão. Na revisão bibliográfica obtiveram‐se 157 referências, tendo sido selecionadas 34, às quais se adicionaram 10 por referência cruzada.

Conclusões: Tendo em consideração as limitações do presente estudo piloto, os resultados obtidos permitiram concluir que a capacidade tampão salivar foi significativamente menor para o grupo com paralisia cerebral. Podemos, deste modo, afirmar que as crianças com paralisia cerebral da nossa amostra poderão apresentar um fator de risco adicional para o desenvolvimento de patologias orais, que acresce aos inerentes à sua patologia. Uma abordagem multidisciplinar dos pacientes com paralisia cerebral, incluindo o acompanhamento precoce por parte de um médico dentista, é fundamental no cuidado e no tratamento dos distúrbios associados.

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